"Para que todos sejam um"
Por Pastor Alfredo Galvão*
São muitos os termos que encontramos na Palavra de DEUS que nos reportam à Unidade. Este assunto é muito extenso e nos faz lembrar que o povo de DEUS – a Nação de Israel – estava dividida em doze tribos. Todavia, quando havia uma necessidade de se unir, tocava-se o shofar, (instrumento que servia para dar ordens de combate (Jz3.27, 2Sm 20.1)) e algo sobrenatural acontecia.
Foi importante na queda de Jericó (Js 6) e na derrota infligida por Gideão em Mídia (Jz 7). Quando era tocado pelos levitas, convocava o povo para se reunir e anunciar as festas ou conquistas de territórios. Segundo a tese de Mestrado do irmão Edson Luiz Pozzo, na glória a unidade nunca é completa. É sempre algo a ser alcançado. É uma tarefa humana e, acima de tudo, uma graça oferecida por Deus. Nela está o sentido escatológico da unidade, tanto presente como futura, sendo Jesus o tempo e o lugar dessa escatologia. Ela vem desde a fundação do mundo e vai até o fim.
A atualização da unidade, no sentido pessoal, revela-se como nosso ser para Deus, como também nossa realização, tendo Jesus como protótipo e modelo de ser humano. No nível da comunidade/igreja, ela se faz exemplo na unidade dos discípulos com Jesus, unidade que deve produzir muitos frutos, sendo referência para a unidade de todos os cristãos, não baseada no sentido de hierarquia e de instituição. “Para que todos sejam um”, vai além das fronteiras da religião, sendo sempre um apelo interno de cada pessoa e de cada instituição.
Acreditar em Jesus passa pelo desafio de viver a unidade com Deus, com os outros e com a criação. Esta unidade tão desejada por Jesus, intercedendo, certamente com o coração votado para a Unidade de seus discípulos presentes, era um oração que tinha a sua extensão na União da Igreja dos seus líderes, mesmo que cada um tenha idéias de trabalho na forma individual, onde cada maneira é caracterizada pela forma do seu líder dirigir, sem, contudo, tirar os objetivos do Senhor em alçar o mundo inteiro e estabelecer seu trono na terra, usando cada um com o único propósito: uma só fé, uma só esperança e vocação.
Cada congregação, Igreja ou denominação reúne pessoas diferentes em sua maneira de ser, sua categoria social, história diferente. Mas, cada um traz no seu âmago o desejo de ser salvo em Cristo Jesus, alcançar o céu, ser uma nova criatura, ou seja, ser parte do mesmo “corpo”, cuja cabeça é Cristo, o Senhor. Paulo estende esse ensino mostrando que esta unidade é possível – At. 4.32: “E, era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns”. E em Efésios (4.32) é assim a instrução sobre a unidade: “Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo”. Rm. 12.10 diz: “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros”.
Ora, em tudo isso vemos e sentimos a preparação de um povo que vai morar no céu unido e com todas as suas diferenças quebradas. Sem placas, sem vaidade, sem soberba, servindo um ao outro em amor. Eu imagino aquela figura que Paulo utiliza sobre o corpo em 1ª Co. 12.12-27, e, após fazer esta lindo comparação de unidade da Igreja, conclui dizendo que...: “vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular”. Termino indagando: como podemos nos sentir membros do corpo de Cristo e, ao mesmo tempo, sermos tão divididos? Eu creio no DEUS que promove a unidade na diversidade.
*Presidente da Ordem dos Pastores Evangélicos de Natal
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